“Terreno” Individual de Renata Padovan

“Terreno” Individual de Renata Padovan
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“Terreno ” Individual de Renata Padovan

A Casa Nova tem o prazer de apresentar a segunda exposição individual da  artista Renata Padovan, que volta ao trabalho manual através da pintura, depois de ter passado um período de tempo envolvida com processos escultóricos, fotográficos, gráficos, instalativos e sonoros que envolvem diferentes técnicas digitais. Quando a artista retorna à pintura parece que sua longa pesquisa sobre fronteiras e territórios adquire um status essencial da linguagem visual: a abstração na composição pictórica.

Sua pesquisa com as linhas – fronteiras entre países, bordas de objetos do mundo, limites entre os materiais, silhuetas de montanhas – define-se como a essência de sua produção visual.

Na exposição “Terrenos” o intuito é mostrar a trajetória da artista desde os anos 90 até 2017 como um mapa composto pelas construções de espaços e territórios fictícios e reais, desenvolvidos pela artista.

Na nova série de pinturas “Subtrações” Padovan chega a uma maturidade da sua longa pesquisa com a linha. Nessa série os limites entre pintura e desenho se expandem criando uma abstração própria da linguagem pictórica, aonde as linhas adquirem uma potência abstrata que gera uma nova fase de investigação. As paisagens de montanhas e terrenos, que com suas particularidades geológicas tomavam diversas formas escultóricas, aqui são problematizadas em uma superfície bidimensional. À seu modo, a artista deixou de lado uma representação mais literal e encontrou na pintura uma temática expandida com o auxilio da abstração pictórica.

Outro destaque são as inéditas esculturas em madeira de Jequitibá, uma das árvores mais antigas do Brasil: “A grande linha” e “A Parte Que Te Cabe”. A primeira é a união dos territórios que demarcam as fronteiras do Brasil com os outros países da América do Sul, que aborda a divisão do continente sul-americano desde o Tratado de Tordesilhas (1494), um acordo entre colonizadores espanhóis e portugueses que define até hoje nosso ambiente geopolítico. A segunda resulta do mesmo procedimento formal com as linhas e expõe a problemática da divisão arbitrária de territórios, nesse caso o da África depois de sua colonização Europeia.

Em ambas obras o arbítrio histórico que definiu a divisão territorial entre colonizadores e colonizados é o resultado das relações de supremacia e submissão dos países com maior ou menor poder econômico e político.

Com isso, a exposição pergunta: Qual é o significado dessas divisões hoje, em tempos que discursos pós-coloniais estão ganhando força e representação? Obras de arte que se convertem em poderosas ferramentas de conhecimento e se transformam em atos de resistência.

 

Renata Padovan

Nasceu em São Paulo onde vive e trabalha. Graduada em Comunicação Social pela FAAP, ganhou a bolsa Virtuose em 2001 para mestrado na Chelsea College of Art and Design em Londres. Participou de diversos programas internacionais como artista residente, entre eles Banff Centre for the Arts, Canada; Nagasawa Art Park, Japão, Braziers international arists workshop na Inglaterra e NES em Skagaströnd, Islândia. Entre as exposições individuais: Galeria Baró, Galeria Eduardo H. Fernandes, Galeria Thomas Cohn, Centro Cultural São Paulo, Galeria Millan, Galeria Valu Oria, Museu Brasileiro da Escultura em São Paulo, e no Rio de Janeiro no Espaço Cultural dos Correios, Paço Imperial e Museu do Açude. Seu trabalho tem sido mostrado em exposições coletivas e festivais, internacionais e no Brasil.

 

“Terrenos”, exposição individual de Renata Padovan

ABERTURA: 11 de novembro 2017, sábado, das 11 às 20h

Período expositivo: 12 de Novembro 2017 à Janeiro de 2018