“Zero Black” Aldo Tambellini

“Zero Black” Aldo Tambellini
zweiarts

Individual “Zero Black”, Aldo Tambellini (1930-2020)
Curadoria Jane de Almeida
Abertura: 28 de outubro de 2023. Das 13 às 19 horas. Exposição de 28 de outubro a 9 de dezembro de 2023.

No dia 28 de outubro a Casanova inaugura a primeira exposição individual do artista Ítalo-Americano Aldo Tambellini (1930-2020), em parceria com a Fundação Aldo Tambellini.
Na mostra “Zero Black”, com curadoria de Jane de Almeida, serão apresentados, pela primeira vez, trabalhos originais dos anos 60, 70 e 90 como a famosa série “Lumagramas”, “Videogramas”, poemas, fotografias e o filme Cathodic Works.
Lumagramas são fotografias feitas usando slides pintados à mão, filmes e projeções. A palavra é uma junção das palavras latinas para “luz” e “escrita”. Já para produzir os videogramas, Tambellini colocou “papel fotográfico” diretamente na frente de sua tela de TV e começou a ligá-la e desligá-la rapidamente. Os elétrons voam através de um vácuo chocando-se contra o revestimento de fósforo no interior da tela, iluminando pixels para produzir os videogramas, resultando em imagens singulares, sem câmera. Essas obras foram inspiradas em um velho brinquedo dado por sua mãe: uma Lanterna Mágica. Na obra de Tambellini, além dos Lumagramas e Videogramas, vários dispositivos das novas mídias eram integrados em uma nova forma de arte, incluindo teatro, música e dança para construir instalações sensoriais multimídia. Tambellini criou as primeiras esculturas de videoarte como a Black Spiral que foi incluída em “TV as a creative medium “, a primeira exposição de videoarte dos Estados Unidos, em 1969.
Tambellini apesar de ter nascido nos Estados Unidos, foi criado em Lucca, na Itália, onde iniciou seus estudos de arte, aos dez anos. Ele relembra o terror da segunda guerra mundial que afetou seus parentes e vizinhos e que marcou enormemente suas obras. Em 1946, Aldo voltou aos Estados Unidos, continuando os estudos de pintura na Syracuse University e mais tarde na University of Notre Dame. Em 1959, Aldo mudou-se para o Lower East Side de Nova York onde fundou o grupo underground chamado “Group Center”. Ele foi pioneiro da videoarte, tendo convivido com Jack Smith, Yayoi Kusama e Nam June Paik, com quem participou de exposições como a “The medium is the medium” (organizado pela WGBH Boston), juntamente com Allan Kaprow, James Seawright e Otto Piene. Engajado com o movimento negro da época, quando sua obsessão pela cor preta tem início, Tambellini afirma que acredita “fortemente na expressão ‘black power’ como uma mensagem poderosa, pois destrói a velha noção de homem ocidental e, ao destruir essa noção, também destrói a tradição do conceito de arte.”
Em 1965, ele começou a pintar diretamente na fita de cinema, iniciando sua “Black Film Series”. Parte da série, “Black TV”, feita com filme e vídeo foi a vencedora do Festival de Oberhausen. Em 1981, apresentou “Communicationsphere” na 17a Bienal de São Paulo, a convite do curador Walter Zanini. Em 2005, Aldo produziu o filme digital “Listen” que incorpora sua poesia anti-guerra e política aos filmes. Em 2007, Aldo recebeu o “Lifetime Achievement Award” no Syracuse International Film Festival e recebeu as chaves da cidade de Cambridge. Em 2010, Aldo foi premiado com a medalha de ouro do governo italiano em reconhecimento pelo seu feito de vida nas artes. Nos últimos anos, Aldo Tambellini expôs seus trabalhos em importantes instituições como Tate Modern, MoMA, ZKM , Centre Georges Pompidou e a Bienal de Veneza.
Aldo Tambellini faleceu em 2020, recebendo o reconhecimento público de importantes jornais como o The New York Times, lamentando o falecimento do “Avant-Garde Filmmaker and Video Artist”. O jornal inglês The Guardian, afirmava que “mesmo que tenha sido um dos primeiros pioneiros da televisão e do vídeo na arte, suas inovações formais foram associadas a ideias políticas radicais, tanto em termos de consciência negra como de crença no anarquismo”. Na Folha de São Paulo, ao título dizia que o“Militante antirracista ficou famoso a partir dos anos 1960 por experimentações em vídeo e fotografia”. Na ocasião, o curador do MoMA, Stuart Comer, disse: “Perdemos um titã”, ao jornal The Guardian.